O
período pré-operatório tem início no momento em que o paciente recebe a
indicação da cirurgia e se estende até a sua entrada no Centro Cirúrgico.
Esse
período divide-se em duas fases:
PRÉ-OPERATÓRIO
MEDIATO e PRÉ-OPERATÓRIO IMEDIATO.
FATORES DE RISCO PARA
COMPLICAÇÕES CIRÚRGICAS
·
Hipovolemia
·
Desidratação
ou distúrbios eletrolíticos (Ex; Sódio – Na, Potassio – K);
·
Déficits
nutricionais;
·
Extremos
etários (Muito jovem ou muito idoso);
·
Extremos
de peso (Desnutrição, obesidade);
·
Infecção;
·
Anormalidades
imunológicas;
·
Doenças
pulmonares (Asma, bronquite);
·
Doença
renal;
·
Gravidez;
·
Doenças
cardiovasculares (IAM, ICC, Arritmias, Hipertensão);
·
Distúrbios
Endócrinos (Diabetes Mélitus, disfunção da tireóide);
·
Disfunção
hepática;
·
Drogas
e álcool;
·
Pacientes
com necessidades especiais (Visão, audição, fala, movimentação).
PRÉ-OPERATÓRIO MEDIATO
Esta
fase corresponde do momento da indicação da cirurgia e termina 24 horas antes
de seu início, geralmente neste período o paciente ainda não se encontra
internado.
Neste
período, sempre que possível, o paciente deve:
·
Passar
por uma avaliação médica geral;
·
Fazer
exames clínicos detalhados (exames de sangue, RX, eletrocardiograma);
·
Solicitar
de equipamentos e materiais especiais;
·
Esclarecer
a família e auxiliá-la a entender o processo da cirurgia;
·
Iníciar
do preparo do paciente para o período pós operatório;
·
Identificar
e corrigir distúrbios que possam aumentar o risco cirúrgico.
PRÉ-OPERATÓRIO
IMEDIATO
Esta
fase compreende às 24 horas que antecedem a cirurgia. De modo geral, o paciente
é admitido no hospital dentro desse período, como o objetivo de ser devidamente
preparado para o ato cirúrgico, porém, isso pode variar devido ao tipo de
cirurgia, instituição ou do estado do paciente.
ADMISSÃO DO PACIENTE
É
necessário compreendermos as dúvidas, medos e ansiedades que povoam o
pensamento de quem vai ser operado. A separação da família, o medo do
desconhecido e as possibilidades de dor, de complicações, de morte, criam uma
situação de insegurança para o paciente cirúrgico.
Por
isso é de extrema importância acolher o paciente e esclarecer as dúvidas que
estiverem a seu alcance e encaminhar as demais a quem de direito.
Durante
a admissão é importante obter algumas informações importantes como:
·
Tratamentos
anteriores;
·
Medicamentos
em uso;
·
Alergias
diversas, inclusive ao látex;
·
Experiências
cirúrgicas anteriores;
·
Antecedentes
familiares;
·
Fatores
de risco (fumo,alcoolismo, drogas).
Também
é importante no período pré operatório
imediato:
- Avaliar o estado de dor;
- Avaliar o estado nutricional;
- Rever prontuário, verificando
se todos os exames solicitados estão corretos;
- Identificar o paciente;
- Verificar o sítio cirúrgico,
avaliando estado geral de higiene e encaminhá-lo para o banho pré
operatório;
- Estabelecer acesso venoso;
- Fazer reserva de
hemoderivados;
- Fazer reserva de sala
operatória;
- Solicitar de equipamentos e
materiais especiais;
- Preparo da pele e tricotomia
que deve ser feita o mais próximo possível do ato cirúrgico;
- Preparo intestinal;
- Jejum – Na medida do possível,
o estomago do paciente deve estar vazio no momento da cirurgia, pois as
medicações anestésicas podem provocar vômitos e pode ocorrer a aspiração
de conteúdo gástrico para os pulmões;
- Esclarecer, dentro de suas
atribuições, as dúvidas do paciente;
- Providenciar assinatura do
termo de autorização para cirurgia.
NO DIA DA CIRURGIA
·
Auxiliar
ou orientar para que o paciente esvazie a bexiga e o instestino;
·
Retirar
próteses;
·
Retirar
lentes de contato;
·
Retirar
jóias;
·
Retirar
piercings;
·
Banho
pré operatório com anti-séptico;
·
Verificar
sinais vitais 30 minutos antes da cirurgia e informar qualquer alteração;
·
Conferir
se os exames estão junto ao prontuário;
·
Administrar
medicação pré anestésica;
·
Fornecer
camisola e gorro.
CIRURGIAS
DE EMERGÊNCIA
As Cirurgias de emergência não são
planejadas e acontecem com pouco tempo para preparação do paciente e da equipe.
Muitas vezes, o paciente irá para o procedimento cirúrgico sem as informações
devidas ou com informações incompletas, colhidas por testemunhas, equipe de
resgate ou familiares.
É necessário uma rápida avaliação do
paciente durante o atendimento inicial para verificar todas as lesões possíveis
para que as mesmas sejam corrigidas em sua totalidade ou que sejam
posteriormente corrigidas quando possível.
Embora a cirurgia em local errado ou no
paciente errado seja rara, mesmo um
incidente isolado pode resultar em dano considerável ao
paciente. Há relatos
recorrentes e persistentes de cirurgias em locais errados, como
nos pulmões e cérebro
e de pacientes que tiveram o rim , a glândula adrenal, a mama
ou outro orgão
removido de forma errada.
Estima-se que as cirurgias em local
errado e no paciente errado ocorrem em cerca de 1 em 50.000–100.000
procedimentos nos Estados Unidos, equivalente a 1.500–2.500 incidentes por ano.
DEZ
OBJETIVOS ESSENCIAIS PARA A CIRURGIA SEGURA
1. A equipe operará o paciente certo e
o local cirúrgico certo.
2. A equipe usará métodos conhecidos
para impedir danos na administração de
anestésicos, enquanto protege o
paciente da dor.
3. A equipe reconhecerá e estará
efetivamente preparada para perda de via aérea ou
de função respiratória que ameacem a
vida.
4. A equipe reconhecera e estará efetivamente
preparada para o risco de grandes
perdas sanguineas.
5. A equipe evitara a indução de reação
adversa a drogas ou reação alérgica
sabidamente de risco ao paciente.
6. A equipe usara de maneira
sistemática, métodos conhecidos para minimizar o
risco de infecção no sitio cirúrgico.
7. A equipe impedira a retenção
inadvertida de instrumentais ou compressas nas
feridas cirúrgicas.
8. A equipe manterá seguros e
identificará precisamente todos os espécimes
cirúrgicos.
9. A equipe se comunicara efetivamente
e trocara informações criticas para a
condução segura da operação.
10. Os hospitais e os sistemas de saúde
pública estabelecerão vigilância de rotina
sobre a
capacidade, volume e resultados cirúrgicos.