O
Bloco Cirúrgico, é composto basicamente por três setores, que são: Centro
Cirúrgico (CC), Recuperação Anestésica (RA) e Central de Material Esterilizado
(CME). Em geral estão instalados em um único bloco devido a ligação direta
existente entre os três setores.
FUNÇÕES DOS MEMBROS DA
ENFERMAGEM DURANTE O INTRA-OPERATÓRIO
As
atribuições da enfermagem no bloco operatório, estão divididas nas funções
abaixo:
ATRIBUIÇÕES DO
ENFERMEIRO
Essas
atribuições são executadas pelo Enfermeiro Coordenador do setor, e são:
Coordenar
a administrar o trabalho da equipe e prestar assistência relativa as suas
competências;
Coordenar
a assistência prestada ao paciente no intra-operatório.
ATRIBUIÇÕES DO TÉCNICO
DE ENFERMAGEM
•
Manusear
equipamentos com segurança, estar ciente das cirurgias em sua SO,
•
Priorizar
procedimentos de maior complexidade,
•
Realizar
limpeza preparatória no inicio do dia,
•
Prover
materiais e equipamentos para as cirurgias em sua SO,
•
Checar
funcionamento de gases e equipamentos,
•
Manter
a sala limpa mesmo durante os procedimentos,
•
Manter
temperatura corpórea do paciente,
•
Auxiliar
na monitorização e anestesia,
•
Preencher
impressos adequadamente,
•
Comunicar
defeitos,
•
Controlar
materiais,
•
Auxiliar
equipe na paramentação,
•
Abrir materiais esterilizados,
•
Encaminhar
peças para exames,
•
Encaminhar
paciente para RPA,
•
Desmontar
SO e realiza limpeza concorrente.
OUTROS MEMBROS DA
EQUIPE CIRURGICA
CIRURGIÃO: Responsável pela realização da
cirurgia e chefia a equipe durante o ato operatório.
AUXILIAR DE CIRURGIA: É o médico, em geral um outro
cirurgião, que auxilia no procedimento operatório.
ANESTESISTA: O anestesista avalia o paciente
antes da cirurgia, seleciona a anestesia mais adequada, sendo responsável por
manter a homeostasia do paciente durante todo o procedimento.
INSTRUMENTADOR: É responsável pelo manuseio dos
instrumentais cirúrgicos, montagem da mesa de instrumentais, conferencia das
compressas cirúrgicas, gases, agulhas e instrumentais para que os mesmos não
fiquem retidos dentro corpo dos pacientes.
POSICIONAMENTO DO
PACIENTE
DECÚBITO DORSAL: O dorso do paciente fica
totalmente apoiado na mesa cirúrgica.
Riscos: Isquemia em proeminências ósseas,
hiperextensão da cabeça, lesão do braço por abdução exagerada (> 90º).
Prevenção: Uso de coxins, evitar contato com
partes metálicas da mesa, evitar abdução excessiva (> 90º).
Cirurgias: Abdominais abertas, neurocirurgias,
cirurgias com uso de mesa ortopédica, cardíacas, plásticas, oftálmicas,
otorrinolaringológicas, cabeça e pescoço.
DECÚBITO VENTRAL: O abdomem do paciente fica em
contato com a superfície da mesa.
Riscos: Lesão cervical, lesão de olhos e ouvidos, prejuízo à
ventilação, compressão genital, compressão de mamas e necrose isquêmica de
pontos de pressão.
Prevenção: Lubrificar olhos, manter braços ao longo
do corpo, suporte para tórax e pelve, manter apoio para cabeça de maneira a
diminuir a compressão em nariz e orelha.
Cirurgias: Cirurgias de coluna vertebral,
neurocirurgias da fossa posterior, vasculares, plásticas.
DEBÚBITO LATERAL: O paciente fica apoiado sobre o lado
não afetado, apresentando acesso a parte superior do tórax.
Riscos: Lesão cervical, lesão de ombro,
lesão de olho e ouvido, comprometimento pulmonar, lesão do nervo fibular,
dimninuição da perfusão periférica devido a compressão da artéria femural.
Prevenção: Apoio de cabeça para alinhamento da
coluna, Apoio sob o tórax, lubrificar olhos, fletir a crista ilíaca, apoio para
o côndilo, apoiar as cintar de fixação no quadril superior, observar perfusão
de extermidades após colacar o posicionador.
Cirurgias: Nefrectomia, artroplatia do quadril,
toracotomia.
PROCLÍVE: Cabeceira elevada e pés abaixados.
Riscos: Lesão do nervo ciático, Alterações
cardiovasculares, alterações respiratórias.
Prevenção: Manter pernas fletidas
Cirurgias: Ombro, cabeça e pescoço, plásticas
otorrinolaringológicas, mamas.
TRENDELENBURG: Cabeceira abaixada e pés elevados.
Riscos: Alterações cardiovasculares,
aumento da PIC em pacientes com encefalopatias, alterações respiratórias, lesão
do plexo braquial devido aos apoios nos ombros.
Prevenção: Retirar da posição o mais
rapidamente possível, usar suporte acolchoado nos ombros para posições muito
acentuadas.
Cirurgias: Laparoscópicas abdominais e
ginecológicas.
GINECOLÓGICA: Paciente em decúbito dorsal, joelhos
elevados e apoiados com perneiras.
Riscos: Alterações respiratórias, pressão
da região poplítea, estiramento muscular, rotação externa ou abdução indevida,
disjução da sinfese púbica, lesão vascular devido a pressão direta sobre os
vasos.
Prevenção: Uso de meias elásticas para
procedimentos de longa duração, usar suportes de perna que evitem pressão na
região poplítea, evitar pressão contra tecidos moles da perna.
Cirurgias: Ginecológicas, colectomias,
urológicas, obstétricas, hemorroóidectomias.
POSICIONAMENTO EM MESA
ORTOPÉDICA: Para
cirurgias de fêmur.
TEMPOS CIRÚRGICOS
São
as etapas em que são executadas as diversas operações durante a cirurgia. De
modo geral são quatro:
DIÉRESE: Rompimento dos tecidos, pode ser
feita com bisturi, tesouras ou bisturi elétrico.
HEMOSTASIA: Processo através do qual se detém o
sangramento ocasionado pela diérese.
EXÉRESE: É o ato cirúrgico propriamente dito,
onde ocorre a correção, remoção que pretende o cirurgião.
SÍNTESE: É a união dos tecidos, que será
feita da forma mais anatômica possível para facilitar o processo cicatricial e
restabelecer a continuidade tecidual por
primeira intenção.
CONTROLE DE INFECÇÃO EM CIRURGIAS
TIPOS DE CIRURGIA
As
cirurgias podem ser classificadas de acordo com seu potencial de contaminação,
ou seja, de acordo com o risco de infecção ao qual o paciente esta exposto.
CIRURGIAS LIMPAS: Realizadas em tecidos estéreis ou
passiveis de descontaminação, na ausência de processo infeccioso ou
inflamatório local, cirurgias eletiva não traumáticas, fechamento por primeira
intenção, sem penetração no trato respiratório, digestório e genitourinário,
sem falha técnica e sem drenos.
Exemplo:
Herniorrafia, safenectomia, mamoplastia.
CIRURGIAS
POTENCIALMENTE CONTAMINADAS: Realizada
em tecidos colonizados por flora microbiana residente pouco numerosa ou em
tecidos de difícil descontaminação, abertura do trato respiratório, digestório
ou genitourinário, sob condiçõe
controladas, sem contaminação significativa.
Exemplo:
Gastrectomia, colecistectomia, prostatectomia.
CIRURGIAS
CONTAMINADAS:
Realizadas em tecidos colonizados por flora bacteriana abundante, cuja
descontaminação é difícil, incisão na presenção de inflamação não purulenta
aguda, quebra grosseira de técnica asséptica, trauma penetrante a menos de
quatro horas, feridas abertas cronicamente.
Exemplo:
Amidalectomia, colectomia, apendicectomia.
CIRURGIAS INFECTADAS: Realizadas em quaisquer tecidos ou
órgãos quando há presença de secreção purulenta, área necrótica ou corpo
estranho, perfuração de vícera, trauma penetrante há mais de quatro horas,
ferida traumática com tecido desvitalizado ou contaminação fecal.
Exemplo:
Cirurgias de reto e ânus com fezes ou pus, ceco perfurado, apendicectomia
supurada, debridamento em escaras.