PENSAMENTO SINNAPSE

"É muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfos e glórias, mesmo expondo-se a derrota; do que formar fila com os pobres de espírito, que nem gozam muito nem sofrem muito."

domingo, 3 de junho de 2012

PERIOPERATÓRIO - INTRA OPERATÓRIO

O período Intra operatório é o momento onde o paciente será submetido a cirurgia propriamente dita, a qual acontecerá no Bloco Cirúrgico.
O Bloco Cirúrgico, é composto basicamente por três setores, que são: Centro Cirúrgico (CC), Recuperação Anestésica (RA) e Central de Material Esterilizado (CME). Em geral estão instalados em um único bloco devido a ligação direta existente entre os três setores.


FUNÇÕES DOS MEMBROS DA ENFERMAGEM DURANTE O INTRA-OPERATÓRIO
As atribuições da enfermagem no bloco operatório, estão divididas nas funções abaixo:

ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO
Essas atribuições são executadas pelo Enfermeiro Coordenador do setor, e são:
Coordenar a administrar o trabalho da equipe e prestar assistência relativa as suas competências;
Coordenar a assistência prestada ao paciente no intra-operatório.


ATRIBUIÇÕES DO TÉCNICO DE ENFERMAGEM

      Manusear equipamentos com segurança, estar ciente das cirurgias em sua SO,
      Priorizar procedimentos de maior complexidade,
      Realizar limpeza preparatória no inicio do dia,
      Prover materiais e equipamentos para as cirurgias em sua SO,
      Checar funcionamento de gases e equipamentos,
      Manter a sala limpa mesmo durante os procedimentos,
      Manter temperatura corpórea do paciente,
      Auxiliar na monitorização e anestesia,
      Preencher impressos adequadamente,
      Comunicar defeitos,
      Controlar materiais,
      Auxiliar equipe na paramentação,
       Abrir materiais esterilizados,
      Encaminhar peças para exames,
      Encaminhar paciente para RPA,
      Desmontar SO e realiza limpeza concorrente.

OUTROS MEMBROS DA EQUIPE CIRURGICA
CIRURGIÃO: Responsável pela realização da cirurgia e chefia a equipe durante o ato operatório.

AUXILIAR DE CIRURGIA: É o médico, em geral um outro cirurgião, que auxilia no procedimento operatório.

ANESTESISTA: O anestesista avalia o paciente antes da cirurgia, seleciona a anestesia mais adequada, sendo responsável por manter a homeostasia do paciente durante todo o procedimento.

INSTRUMENTADOR: É responsável pelo manuseio dos instrumentais cirúrgicos, montagem da mesa de instrumentais, conferencia das compressas cirúrgicas, gases, agulhas e instrumentais para que os mesmos não fiquem retidos dentro corpo dos pacientes.


POSICIONAMENTO DO PACIENTE

DECÚBITO DORSAL: O dorso do paciente fica totalmente apoiado na mesa cirúrgica.


Riscos: Isquemia em proeminências ósseas, hiperextensão da cabeça, lesão do braço por abdução exagerada (> 90º).
Prevenção: Uso de coxins, evitar contato com partes metálicas da mesa, evitar abdução excessiva (> 90º).
Cirurgias: Abdominais abertas, neurocirurgias, cirurgias com uso de mesa ortopédica, cardíacas, plásticas, oftálmicas, otorrinolaringológicas, cabeça e pescoço.

DECÚBITO VENTRAL: O abdomem do paciente fica em contato com a superfície da mesa.

 Riscos: Lesão cervical, lesão de olhos e ouvidos, prejuízo à ventilação, compressão genital, compressão de mamas e necrose isquêmica de pontos de pressão.



Prevenção: Lubrificar olhos, manter braços ao longo do corpo, suporte para tórax e pelve, manter apoio para cabeça de maneira a diminuir a compressão em nariz e orelha.

Cirurgias: Cirurgias de coluna vertebral, neurocirurgias da fossa posterior, vasculares, plásticas.



DEBÚBITO LATERAL: O paciente fica apoiado sobre o lado não afetado, apresentando acesso a parte superior do tórax.



Riscos: Lesão cervical, lesão de ombro, lesão de olho e ouvido, comprometimento pulmonar, lesão do nervo fibular, dimninuição da perfusão periférica devido a compressão da artéria femural.

Prevenção: Apoio de cabeça para alinhamento da coluna, Apoio sob o tórax, lubrificar olhos, fletir a crista ilíaca, apoio para o côndilo, apoiar as cintar de fixação no quadril superior, observar perfusão de extermidades após colacar o posicionador.
Cirurgias: Nefrectomia, artroplatia do quadril, toracotomia.



PROCLÍVE: Cabeceira elevada e pés abaixados.


Riscos: Lesão do nervo ciático, Alterações cardiovasculares, alterações respiratórias.
Prevenção: Manter pernas fletidas
Cirurgias: Ombro, cabeça e pescoço, plásticas otorrinolaringológicas, mamas.



TRENDELENBURG: Cabeceira abaixada e pés elevados.


Riscos: Alterações cardiovasculares, aumento da PIC em pacientes com encefalopatias, alterações respiratórias, lesão do plexo braquial devido aos apoios nos ombros.
Prevenção: Retirar da posição o mais rapidamente possível, usar suporte acolchoado nos ombros para posições muito acentuadas.
Cirurgias: Laparoscópicas abdominais e ginecológicas.


GINECOLÓGICA: Paciente em decúbito dorsal, joelhos elevados e apoiados com perneiras.

Riscos: Alterações respiratórias, pressão da região poplítea, estiramento muscular, rotação externa ou abdução indevida, disjução da sinfese púbica, lesão vascular devido a pressão direta sobre os vasos.
Prevenção: Uso de meias elásticas para procedimentos de longa duração, usar suportes de perna que evitem pressão na região poplítea, evitar pressão contra tecidos moles da perna.
Cirurgias: Ginecológicas, colectomias, urológicas, obstétricas, hemorroóidectomias.



POSICIONAMENTO EM MESA ORTOPÉDICA: Para cirurgias de fêmur.





TEMPOS CIRÚRGICOS

São as etapas em que são executadas as diversas operações durante a cirurgia. De modo geral são quatro:
DIÉRESE: Rompimento dos tecidos, pode ser feita com bisturi, tesouras ou bisturi elétrico.
HEMOSTASIA: Processo através do qual se detém o sangramento ocasionado pela diérese.
EXÉRESE: É o ato cirúrgico propriamente dito, onde ocorre a correção, remoção que pretende o cirurgião.
SÍNTESE: É a união dos tecidos, que será feita da forma mais anatômica possível para facilitar o processo cicatricial e restabelecer a continuidade tecidual por primeira intenção.


CONTROLE DE INFECÇÃO EM CIRURGIAS




TIPOS DE CIRURGIA

As cirurgias podem ser classificadas de acordo com seu potencial de contaminação, ou seja, de acordo com o risco de infecção ao qual o paciente esta exposto.

CIRURGIAS LIMPAS: Realizadas em tecidos estéreis ou passiveis de descontaminação, na ausência de processo infeccioso ou inflamatório local, cirurgias eletiva não traumáticas, fechamento por primeira intenção, sem penetração no trato respiratório, digestório e genitourinário, sem falha técnica e sem drenos.

Exemplo: Herniorrafia, safenectomia, mamoplastia.


CIRURGIAS POTENCIALMENTE CONTAMINADAS: Realizada em tecidos colonizados por flora microbiana residente pouco numerosa ou em tecidos de difícil descontaminação, abertura do trato respiratório, digestório ou  genitourinário, sob condiçõe controladas, sem contaminação significativa.

Exemplo: Gastrectomia, colecistectomia, prostatectomia.


CIRURGIAS CONTAMINADAS: Realizadas em tecidos colonizados por flora bacteriana abundante, cuja descontaminação é difícil, incisão na presenção de inflamação não purulenta aguda, quebra grosseira de técnica asséptica, trauma penetrante a menos de quatro horas, feridas abertas cronicamente.

Exemplo: Amidalectomia, colectomia, apendicectomia.


CIRURGIAS INFECTADAS: Realizadas em quaisquer tecidos ou órgãos quando há presença de secreção purulenta, área necrótica ou corpo estranho, perfuração de vícera, trauma penetrante há mais de quatro horas, ferida traumática com tecido desvitalizado ou contaminação fecal.

Exemplo: Cirurgias de reto e ânus com fezes ou pus, ceco perfurado, apendicectomia supurada, debridamento em escaras.